quinta-feira, 17 de setembro de 2009

RELATÓRIO IV ENCONTRO TP4


ESTADO DO MARANHÃO
UNIDADE REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE AÇAILÂNDIA
DEPARTAMENTO PEDAGÓGICO
PROGRAMA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR - GESTAR II -
LÍNGUA PORTUGUESA




RELATÓRIO IV – Quarto Encontro



Assunto: TP4 LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA
Rede Estadual: Unidade Regional de Educação de Açailândia/MA - UREA
Turma: única
Município: Açailândia – MA
Encontro: 22/08/2009 8 horas de estudos
Formadora: Elaine Beatriz Rocha Queiroz Gomes



Mais uma vez começamos nossos estudos compartilhando um texto de Rubem Alves “Concertos de Leitura”, todos participaram dos comentários, destacando a importância do professor como modelo de leitor para o aluno, às vezes o único modelo que alguns alunos podem ter. Foi bastante marcado pelo grupo a passagem que Rubem fala que... “Tudo começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a história. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer.” Compartilhamos ainda o relatório produzido e lido pela professora Josenilda Bezerra Lopes, que tem como objetivo relembrarmos as principais reflexões/ações realizadas no encontro anterior.

Retomamos o assunto “projeto da turma”. A professora Evenilda socializou com os colegas em data-show o “Projeto Final” e também realizou a postagem no e-mail coletivo da turma. Foi discutido os passos dos projetos, os encaminhamentos, músicas, filmes, ações e os combinados para a prática em sala de aula.

Introduzimos o TP4 Leitura e Processos de Escrita fazendo uma leitura discussiva do texto “Leitura, escrita e cultura”de Silviane Bonaccorsi Barbato e reflexão sobre nossa prática de leitura, através de questionamentos, como:
- Liste duas atividades de escrita que você produz no seu cotidiano, descrevendo elementos que caracterizam os gêneros e as situações de produção textual.
Aproximadamente quantas palavras você escreve quando desenvolve esta atividade?
- Quem a lê?
- Quanto tempo gasta aproximadamente para escrever a atividade?
- Quanto ao grau de formalidade necessário na escrita dessa atividade: é baixo, mediano ou alto?
- Qual o suporte (ou portador de texto, isto é, em que tipo de material o texto está escrito ou impresso) que utiliza?
- Quantos e quais livros leram neste ano de 2009? Com qual finalidade?
- O que é ler?
- O que entende por alfabetização e letramento?


A maioria das respostas foi bastante semelhante, os professores utilizam a leitura e a escrita para realizarem tarefas de trabalho como planejar aulas e preencher diário de classe; o livro didático foi o livro lido pela maioria, mas também alguns leram Machado de Assis, Paulo Freire e paradidáticos encaminhados pelo MEC para as escolas. Lemos os comentários da página 17 do TP4, os depoimentos (págs. 18 e 19) de Patativa do Assaré quanto às práticas de leitura dele e os depoimentos de Paulo Freire, contando como aprendeu a escrever quando criança. Estes textos do poeta e do educador proporcionaram muitos comentários a cerca da importância da escola valorizar, ampliar e ensinar o aluno a observar o mundo, a ler o mundo em que vive, vincular essa leitura do mundo ao aprendizado e uso da leitura e da escrita, a dominar técnicas, produzir crítica e a desenvolver a criatividade, como também o professor lembrar sempre que ele é o modelo de leitor mais próximo que o aluno conhece. Lemos ainda uma entrevista, xerocopiada, de Patativa do Assaré concedida a professores e alunos da Escola do Estado da Bahia acompanhados pela diretora Acilana Alencar Leal.

Após a leitura de várias placas, fotos coloquiais e textos com ambiguidades, cada um pode avaliar seu nível de letramento, considerando que ler é atribuir significados e que “olhar” o ambiente letrado é um fator importante a fim de entendermos as práticas da cultura escrita e transformar nossos conhecimentos. Fizemos a Atividade 4 da página 24 e 25 sobre o texto “Bar dos Namorados” e “Festas Juninas” página 35 a 38 - discutimos sobre nossas práticas com textos escritos e orais e como podemos fazer uso da cultura local, regional, (como festas juninas, dança do cacuriá, bumba meu boi, vaquejadas, festa do arroz e outros) das tradições, dos conhecimentos prévios dos alunos, como bases para a construção de novas aprendizagens para a construção de diferentes experiências escritas de situações sociocomunicativas diversificadas em sala de aula. Foi um aprendizado prazeroso.

Em grupos os professores cursistas fizeram as seguintes oficinas do AAA4 e apresentaram no final da tarde.


Grupo I :
Aula 2 e Aula 4 da Unidade 13
Imagens do dia-a-dia e Texto enigmático

Identificaram as marcas de letramento relacionando a escrita com as práticas de cultura, as referências do texto: aos costumes do personagem, o vício de fumar, hábitos de higiene, atitudes diárias como levantar, comer, trabalhar, falar, ler, escrever, sair, voltar, etc. Destacaram a utilização dos substantivos e adjetivos no texto e movimentação do personagem numa sequência narrativa. Produziram um novo circuito considerando o cotidiano delas como professoras.

Grupo II
Aula 6 da Unidade 13
Situações de leitura


Objetivo: Produzir atividades de preparação da escrita considerando a cultura local e regional como contexto das produções orais e escritas.
O grupo explorou a imagem acima (ampliada e exposta em data show), conversando sobre os detalhes da foto, informações sobre as pessoas presentes, suas ações e o objetivo de leitura delas , o cenário, etc. levando os colegas a identificarem a situação da foto e as circunstâncias em que os leitores se dispõem a este tipo de leitura – de imagens. A imagem ganhou maior significado com as novas referências de leitura que foram aparecendo e sendo discutidas pelo grupo. Este grupo produziu um painel de leitura, com imagens, que possibilitou outras discussões para a reflexão da própria prática de leitura do grupo. À medida que as imagens do painel foram apresentadas, os professores identificaram as situações de leitura, variedades, diferenças, semelhanças, gêneros, objetivos e outros aspectos. Ficou claro que ler é atribuir significados, a leitura é uma atividade real, contextualizada e significativa ao leitor.

Grupo III
Aula 1 e Aula 2 da Unidade 14
Uma estória curiosa e Inventando estórias

Objetivos: Reconhecer o texto e o leitor como criadores de significados e Recontar a estória a partir de conhecimentos prévios.
Esse grupo iniciou a atividade expondo a estória de “Uriri e Bertolina” e questões em data-show. Acompanhados pelos colegas, fizeram a leitura, trabalharam a compreensão do texto e estudo vocabular com participação intensiva do grupo principalmente em relação aos significados da linguagem regional utilizada no texto, discutindo também a diferença dos hábitos/nomenclaturas alimentares e da cultura de cada região do Brasil , os usos peculiares na expressão oral e escrita dos usuários da língua, e felizes como os alunos quando descobriam os significados das palavras e expressões desconhecidas.
Além disso, o grupo reescreveu a estória de “Uriri e Bertolina”, fazendo as substituições de algumas palavras e expressões por sinônimos, todavia a narrativa permaneceu a mesma numa nova versão.


Grupo IV
Aula 4 da Unidade 14
A Construção de significados

Objetivos: Reconhecer a polissemia da linguagem e produzir um texto do gênero lista.
As professoras deste grupo também utilizaram o data-show, expuseram a imagem colorida acima, discutiram a multiplicidade de sentidos que ela apresenta, como as cores dos nomes dos atores e das palavras Eu e Você, ela utilizando o barbeador para pintar os lábios, ele utilizando o batom para barbear. Incentivou os colegas a pensarem sobre o texto lido através das questões propostas na atividade, a deduzirem sobre o que vêem, refletindo e compreendendo as informações contidas na imagem. Esta oficina gerou comentários pertinentes sobre a importância de o leitor ler as informações explícitas no texto, assim como para o raciocínio mais atento e detalhado dos conteúdos implícitos, o público alvo, a linguagem utilizada e a intencionalidade expressa no texto.
Elas produziram uma lista de dicas para o professor levar o aluno a gostar de ler e escrever.


PARA O ALUNO GOSTAR DE LER E ESCREVER... TRABALHARIA...


Grupo V
Aula 4 Unidade 15
Texto dentro de outros textos

Objetivos: Estabelecer comparações entre textos e produzir texto.
Após a leitura do texto A “Istambul”- de Birce Boga e ouvir e cantar o texto B “Comida” – dos Titãs, os cursistas realizaram oralmente as atividades proposta no AAA3 destacando semelhanças, analisando informações específicas de cada um, levando a turma a perceber as relações intertextuais entre as diferentes linguagens e estrutura textuais. Foi discutido o tema da música que aborda as necessidades básicas do homem, o significado do refrão “bebida é água, comida é pasto”, as consequências dos problemas da cidade de Istambul estabelecendo comparações entre os textos analisados. Eles são diferentes mas dialogam sobre qualidade de vida, necessidade social, vida digna, realidade de muitos que não têm o mínimo para garantir uma vida digna.
Produziram versos dando continuidade a música dos Titãs e foram bastante elogiados pelos colegas.


CONCLUSÃO

Os professores corresponderam às atividades propostas, participando efetivamente, com qualidade, criatividade e competência alcançando os objetivos de cada oficina.
Mais uma vez gostaria de enfatizar que cada vez que planejo e estudo os conteúdos dos TPs do curso para organizar os encontros, promover debates, focalizando a atualização dos saberes de cada um de nós professores a fim de elevar a nossa competência e a dos nossos alunos e consequentemente melhorar a qualidade de nossas aulas, é que tenho convicção que este material é muito rico para “caber” em apenas 120 horas presenciais.
Quando as oficinas são realizadas presencialmente, todos participam, discutem e crescem, quando são encaminhadas como trabalho pessoal, nem todos fazem. A maioria dos professores trabalham dois e até três turnos. Fazem Gestar e/ou pós-graduação aos sábados.
Acredito que o programa possibilitará uma transformação na educação, mas é preciso rever a carga horária para maior aprofundamento das discussões presencialmente.

Elaine Beatriz Rocha Queiroz Gomes
Formadora

Um comentário:

  1. O Encontro do dia 22/08/2009 foi bastante proveitoso. Iniciamos o estudo do TP4,e nesse dia podemos compartilhar e debater vários textos sobre letramento,diversidade cultural,leitura, escrita, produção textual, crenças, teorias e fazeres. Em fim, todas essas atividades veio contribuir imensamente para o meu aprendizado como educador.

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