domingo, 1 de novembro de 2009

RELATÓRIO - ENCONTRO 9 - TP5 E TP6


DEPARTAMENTO PEDAGÓGICO
PROGRAMA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR - GESTAR II -
LÍNGUA PORTUGUESA


RELATÓRIO XIX – Nono Encontro


Assunto: TP6 LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA II
Rede Estadual: Unidade Regional de Educação de Açailândia/MA - UREA
Turma: única
Município: Açailândia – MA
Encontro: 17/10/2009 8 horas de estudos
Formadora: Elaine Beatriz Rocha Queiroz Gomes


LEITURA COMPARTILHADA


Num primeiro momento realizei a leitura compartilhada do conto “Festança na Floresta” de Clarice Lispector (já deu para perceber meu fascínio pela obra de Clarice) solicitando aos professores que observassem as expressões belas, interessantes e os recursos que a autora utilizou para deixar o conto mais polido e agradável de ler.
Como sempre um cursista, desta vez a Roseny, realiza a leitura do relatório dele, que faz uma síntese de forma reflexiva do encontro anterior.


RETOMADA


Em grupos os professores apresentaram e explicaram o mapa textual, (releia o relatório 8) realizado no encontro presencial do dia 03/10/2009, em pequenos grupos. O assunto trabalhado foi “Relações lógicas no texto” e suas respectivas seções 1- A lógica do (no) texto, 2- A negação e 3- Significados implícitos que fazem parte da Unidade 20 do TP5.
Devido ao feriado do dia 12/10, comemorações do dia do professor na escola e o projeto cartas dentre outros aspectos, os professores pediram mais um prazo para realizarem as atividades propostas anteriormente que foram: Lição de casa 2 do TP5 que contempla a unidade 18 e 19 e Oficina 09 ou 10 também do TP5.



SOCIALIZANDO OS MAPAS TEXTUAIS


Esta socialização foi extremamente enriquecedora considerando a oportunidade de eliminação de dúvidas em relação a teoria estudada nos grupos num primeiro momento e num segundo tempo dialogando com a turma toda.

Alguns exemplos:
Natércia e Celidônia
Evenilda, Edileuza,Hezequias e Rúbia
TRABALHANDO O TEXTO FESTANÇA NA FLORESTA
DISCUTINDO COESÃO E COERÊNCIA

Festança na floresta
Clarice Lispector




Estamos no mês de junho, as fogueiras de São João se acendem, balões sobem, já há friozinho e aconchego. Dá para comer batata-doce à meia-noite com café tinindo de quente.

Mas me disseram que a festa não é só nossa. Pois não é que ia haver uma festa da bicharada na selva? E calculei que isso acontecesse no mês de nossos próprios folguedos. Pelo menos é o que garantem os índios da tribo Tembé.

Foi assim: os animais das matas até que estavam ocupados e calmos em relação a seus deveres, pois o dever do animal é existir. Mas eis senão quando surgiu no ar um boato que logo se espalhou alvissareiro num diz-que-diz assanhado. Vinha esse boato trazido pelo canto do sabiá. Como o sabiá, a quanto se sabe, canta pelo mero prazer de cantar, ficaram os bichos em dúvida sobre se era ou não verdade.

E – de repente – começou a chover convite para a tal festança. Quem convidava não dizia quem era, mas todos desconfiaram que a idéia vinha da rainha das selvas brasileiras, a onça, mandachuva que era. Todos os bichos foram convidados, garantindo-se que na ocasião seria abolida a ferocidade. Até a mãe-coruja, que de tão séria e sábia até óculos usava, foi convidada com seus filhotes.

Quanto às filhas do macaco, doidas para namorar e enfim casar, enfeitaram-se tanto e com tantas bugigangas que pareciam umas – é isso mesmo, pareciam umas verdadeiras macacas.

E quem pensa que a cobra faltou por ser tão nojenta está enganado: apareceu fazendo salamaleques com o corpo escorregadio para chamar a atenção.

A noite estava toda iluminada por milhares de vaga-lumes, pela lua silenciosa e pelas estrelas úmidas. Quanto à orquestra, fiquem certos de que era da melhor qualidade: uma turma de tucanos encarregou-se de tocar em valsa os mais belos grunhidos da mata.

A bicharada estava acesa de alegria. O papagaio foi muito aplaudido quando berrou uma canção alegre, e as macacas casadoiras, penduradas pelos rabos nas árvores, estavam certas de que eram grandes bailarinas.

Bem, a coisa estava no máximo de animação. Mas a onça estava inquieta, doida para atacar. E como não fosse permitida nessa noite a carnificina, ela começou a ser feroz com a língua viperina. Então cantou:
“Dona Anita é gorda roliça que nem uma porca e tem cor de rato”. A anta danou-se e retirou-se.

A onça, vendo que tinha tido sucesso, cantou uma ofensa horrível contra o jabuti, dizendo que este estava coberto de mosca varejeira. Tanto que o jabuti, ofendido, foi embora. Depois a onça falou: “Vejam que decote indecente o das filhas do macaco”. As macacas ficaram fulas da vida e só não saíram de lá porque a esperança de arranjar noivo é a última que acaba.

Mas acontece que havia entre os animais o deus dos veados. Arapuá-Tupana, que resolveu acabar com a empáfia da onça e para vencê-la pôs-se a cantar. Os bichos, sabendo que quando o ouvissem morreriam, taparam os ouvidos. Arapuá-Tupana afinal foi embora e a bicharada não morreu.

É. Mas os animais haviam perdido o dom da fala, ninguém se compreendia mais. E isso até o dia de hoje. Porque grunhir ou cantar não diz nada. Tudo por causa da onça linguaruda.

COMENTÁRIOS



Entre os vários aspectos da abordagem de um texto, reli este para a turma destacando neste estudo, a composição textual, ou seja, a valorização, os modos de combinação da forma discursiva utilizada pela autora. Convidei os colegas professores para comentarem olhando o texto como objeto estético. A forma como foi tecido marcando os elementos da textualidade: a coerência e a coesão.
Muito foi discutido, além da beleza da produção escrita:
- Os marcadores da cadeia linguística que tecem o texto;
- O sentido figurado que vai aparecendo, o entrelaçar dos processos de coesão e coerência;
- A aliteração e assonância, a personificação;
- As palavras bem selecionadas;
-etc. (veja as marcas no próprio texto).
A coerência está ligada ao conhecimento que o leitor tem acerca daquilo sobre o que lê. Então a situação comunicativa, a intencionalidade e as pistas que o autor vai deixando no decorrer do texto são elementos que ajudam a construir seu significado.
Observa-se que a trama do conto Festança na Floresta acontece, vai evoluindo de forma lógica (início – conflito – desfecho) garantindo a coerência do mesmo.
Revisamos os elementos linguísticos da coesão responsáveis pela textualidade: gramaticais, lexicais, pontuação, repetições, elipses...
Todos disseram ter gostado desta atividade e do desafio que é ler um texto desta forma com os alunos, mas que é importante e possível construírem essa competência.

Sugeri que lessem o fantástico material do PROFA/MEC 2000 – módulo azul, para enriquecerem ainda sobre este estudo.




INTRODUÇÃO: TP 6 “LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA II”



Realizamos um estudo coletivo do texto “Argumentação e linguagem”, página 13 do TP 6, da autora Maria Luiza Monteiro Sales Coroa – Unidade 21.
O debate, de forma bastante participativa, girou em torno da seguinte fala da autora “...todos os seres humanos são, ao mesmo tempo, origem e produto da linguagem, origem e produto da história que nos leva a construir formas de comunicação e de atuação específicas.”
Para subsidiar a discussão prévia sobre o que é argumentar, foi exibido os vídeos “filtro solar” e clip da música “Epitáfio” dos Titãs (Youtube), quando todos fizeram colocações pertinentes sobre o assunto.
Em seguida, através de slide em powerpoint, estudamos a Seção 1 “A construção da argumentação”, cujo objetivo: identificar marcas de argumentatividade na organização dos textos foi alcançado. Refletimos sobre o uso da língua e linguagem para atuação e ação do homem sobre o mundo e as coisas e a produção de resultados a partir dessas ações linguísticas.
Discutimos a diferença entre argumento e tese. Através da atividade 4 da página 20 – texto abaixo. Analisamos a busca do texto em convencer o leitor acerca de uma idéia principal. Os cuidados com alimentação contribuem para que o processo de envelhecimento transcorra sem sustos. A essa idéia chamamos tese do texto argumentativo.




Observamos que as maneira de organizar os argumentos para comprovar a tese são diferentes; realizamos então, coletivamente a atividade 5 - Texto: Em busca da longevidade de Dr. Ernesto Silva. Identificamos a tese, os argumentos usados para comprovar a validade dessa tese. Além disso, compararmos os textos das duas atividades 4 e 5 analisando a organização dos argumentos de cada um.

Em grupos, os cursistas realizaram o “Avançando na prática” da página 23. Definiram uma tese a ser defendida e argumentos que comprovassem a tese escolhida pelo grupo.
Perceberam na prática, após o estudo teórico, que dependendo da situação comunicativa, do objetivo do ato de linguagem, as formas de organizar a tese e os argumentos podem variar.
Após as apresentações dos trabalhos, reafirmamos que quando temos consciência de que nosso objetivo maior ao produzir um texto é fazer o leitor/ouvinte crer em alguma de nossas ideias, classificamos esse texto como argumentativo. Nesse texto, a idéia principal para a qual buscamos a adesão do leitor/ouvinte, o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte, constitui a tese. Cada motivo ou razão que damos para comprovar a tese é chamado de argumento.




Para finalizar o dia de estudos assistimos aos vídeos: A persuasão – Youtube e Ler devia ser proibido – WMP. Os professores discutiram a qualidade das argumentações observadas como: coerentes, fortes, inteligentes, etc. fortalecendo o conceito de que argumentar também é firmar uma posição diante de um problema.



TRABALHO PESSOAL


Solicitamos o fechamento dos projetos e a conclusão das oficinas em sala de aula, atrasadas devido aos problemas já citados anteriormente.
FORMADORA ELAINE BEATRIZ - AÇAILÂNDIA - MARANHÃO

2 comentários:

  1. ELAINE, BOM QUE AS ATIVIDADES DO PROGRAMA EM SEU MUNICIPIO ESTÃO FLUINDO DE MANEIRA SATISFATÓRIA!!!

    AQUI EM SÃO LUIS, TAMBÉM TENHO EXPERIMENTADO ESTA SATISFAÇÃO.

    ASSIM COMO AÍ, JÁ ESTAMOS NO TP6. OS PROFESSORES CURSISTAS TEM PARTICIPADO ATIVAMENTE AS ATIVIDADES.

    SEU BLOG "FAZ GOSTO DE VER" !!!

    DÊ UMA ESPIADINHA NO NOSSO: "SOU DAS LETRAS"

    ABRAÇOS
    ANTONIO SILVEIRA!!

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  2. OBRIGADA COLEGA!!!

    JÁ DEI AQUELA FAMOSA ESPIADINHA NO BLOG DA SUA TURMA. QUE ALÉM DO VISUAL BELÍSSIMO, TEM MUITO PARA CONTRIBUIR COM NOSSA FORMAÇÃO.

    PARABÉNS PARA VOCÊ E COLEGAS PROFESSORES DA SUA TURMA.

    ELAINE BEATRIZ

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