domingo, 8 de novembro de 2009

SOBRE O TEXTO FESTANÇA NA FLORESTA - COMENTÁRIOS DOS CURSISTAS

"O TEXTO "FESTANÇA NA FLORESTA" DE CLARICE LISPECTOR É UM ÓTIMO INSTRUMENTO PARA SE TRABALHAR AS RELAÇÕES DE SENTIDO EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS, BEM COMO, O USO DE PALAVRAS QUE ESTABELECEM A COERÊNCIA E A COESÃO TEXTUAL"
PROFA. NATÉRCIA
"O TEXTO É MUITO RICO PARA SER TRABALHADO EM SALA DE AULA COM OS ALUNOS, TENDO EM VISTA QUE ALÉM DO ESTUDO DOS ELEMENTOS COESIVOS E A EXPLORAÇÃO LINGUÍSTICA DO TEXTO, ELE ATRAI A ATENÇÃO DOS ALUNOS PORQUE FALA DE ANIMAIS, FLORESTA, FAZ PARTE DO MUNDO DELES.
ALUNOS MOTIVADOS PARA A LEITURA FICA MAIS FÁCIL TRABALHAR OS DEMAIS ASPECTOS DA LÍNGUA."
PROFA. EULÁLIA.
VALEU PROFESSORAS!!!!!!! ETA MENINAS BOAS!!!!

domingo, 1 de novembro de 2009

RELATÓRIO - ENCONTRO 9 - TP5 E TP6


DEPARTAMENTO PEDAGÓGICO
PROGRAMA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR - GESTAR II -
LÍNGUA PORTUGUESA


RELATÓRIO XIX – Nono Encontro


Assunto: TP6 LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA II
Rede Estadual: Unidade Regional de Educação de Açailândia/MA - UREA
Turma: única
Município: Açailândia – MA
Encontro: 17/10/2009 8 horas de estudos
Formadora: Elaine Beatriz Rocha Queiroz Gomes


LEITURA COMPARTILHADA


Num primeiro momento realizei a leitura compartilhada do conto “Festança na Floresta” de Clarice Lispector (já deu para perceber meu fascínio pela obra de Clarice) solicitando aos professores que observassem as expressões belas, interessantes e os recursos que a autora utilizou para deixar o conto mais polido e agradável de ler.
Como sempre um cursista, desta vez a Roseny, realiza a leitura do relatório dele, que faz uma síntese de forma reflexiva do encontro anterior.


RETOMADA


Em grupos os professores apresentaram e explicaram o mapa textual, (releia o relatório 8) realizado no encontro presencial do dia 03/10/2009, em pequenos grupos. O assunto trabalhado foi “Relações lógicas no texto” e suas respectivas seções 1- A lógica do (no) texto, 2- A negação e 3- Significados implícitos que fazem parte da Unidade 20 do TP5.
Devido ao feriado do dia 12/10, comemorações do dia do professor na escola e o projeto cartas dentre outros aspectos, os professores pediram mais um prazo para realizarem as atividades propostas anteriormente que foram: Lição de casa 2 do TP5 que contempla a unidade 18 e 19 e Oficina 09 ou 10 também do TP5.



SOCIALIZANDO OS MAPAS TEXTUAIS


Esta socialização foi extremamente enriquecedora considerando a oportunidade de eliminação de dúvidas em relação a teoria estudada nos grupos num primeiro momento e num segundo tempo dialogando com a turma toda.

Alguns exemplos:
Natércia e Celidônia
Evenilda, Edileuza,Hezequias e Rúbia
TRABALHANDO O TEXTO FESTANÇA NA FLORESTA
DISCUTINDO COESÃO E COERÊNCIA

Festança na floresta
Clarice Lispector




Estamos no mês de junho, as fogueiras de São João se acendem, balões sobem, já há friozinho e aconchego. Dá para comer batata-doce à meia-noite com café tinindo de quente.

Mas me disseram que a festa não é só nossa. Pois não é que ia haver uma festa da bicharada na selva? E calculei que isso acontecesse no mês de nossos próprios folguedos. Pelo menos é o que garantem os índios da tribo Tembé.

Foi assim: os animais das matas até que estavam ocupados e calmos em relação a seus deveres, pois o dever do animal é existir. Mas eis senão quando surgiu no ar um boato que logo se espalhou alvissareiro num diz-que-diz assanhado. Vinha esse boato trazido pelo canto do sabiá. Como o sabiá, a quanto se sabe, canta pelo mero prazer de cantar, ficaram os bichos em dúvida sobre se era ou não verdade.

E – de repente – começou a chover convite para a tal festança. Quem convidava não dizia quem era, mas todos desconfiaram que a idéia vinha da rainha das selvas brasileiras, a onça, mandachuva que era. Todos os bichos foram convidados, garantindo-se que na ocasião seria abolida a ferocidade. Até a mãe-coruja, que de tão séria e sábia até óculos usava, foi convidada com seus filhotes.

Quanto às filhas do macaco, doidas para namorar e enfim casar, enfeitaram-se tanto e com tantas bugigangas que pareciam umas – é isso mesmo, pareciam umas verdadeiras macacas.

E quem pensa que a cobra faltou por ser tão nojenta está enganado: apareceu fazendo salamaleques com o corpo escorregadio para chamar a atenção.

A noite estava toda iluminada por milhares de vaga-lumes, pela lua silenciosa e pelas estrelas úmidas. Quanto à orquestra, fiquem certos de que era da melhor qualidade: uma turma de tucanos encarregou-se de tocar em valsa os mais belos grunhidos da mata.

A bicharada estava acesa de alegria. O papagaio foi muito aplaudido quando berrou uma canção alegre, e as macacas casadoiras, penduradas pelos rabos nas árvores, estavam certas de que eram grandes bailarinas.

Bem, a coisa estava no máximo de animação. Mas a onça estava inquieta, doida para atacar. E como não fosse permitida nessa noite a carnificina, ela começou a ser feroz com a língua viperina. Então cantou:
“Dona Anita é gorda roliça que nem uma porca e tem cor de rato”. A anta danou-se e retirou-se.

A onça, vendo que tinha tido sucesso, cantou uma ofensa horrível contra o jabuti, dizendo que este estava coberto de mosca varejeira. Tanto que o jabuti, ofendido, foi embora. Depois a onça falou: “Vejam que decote indecente o das filhas do macaco”. As macacas ficaram fulas da vida e só não saíram de lá porque a esperança de arranjar noivo é a última que acaba.

Mas acontece que havia entre os animais o deus dos veados. Arapuá-Tupana, que resolveu acabar com a empáfia da onça e para vencê-la pôs-se a cantar. Os bichos, sabendo que quando o ouvissem morreriam, taparam os ouvidos. Arapuá-Tupana afinal foi embora e a bicharada não morreu.

É. Mas os animais haviam perdido o dom da fala, ninguém se compreendia mais. E isso até o dia de hoje. Porque grunhir ou cantar não diz nada. Tudo por causa da onça linguaruda.

COMENTÁRIOS



Entre os vários aspectos da abordagem de um texto, reli este para a turma destacando neste estudo, a composição textual, ou seja, a valorização, os modos de combinação da forma discursiva utilizada pela autora. Convidei os colegas professores para comentarem olhando o texto como objeto estético. A forma como foi tecido marcando os elementos da textualidade: a coerência e a coesão.
Muito foi discutido, além da beleza da produção escrita:
- Os marcadores da cadeia linguística que tecem o texto;
- O sentido figurado que vai aparecendo, o entrelaçar dos processos de coesão e coerência;
- A aliteração e assonância, a personificação;
- As palavras bem selecionadas;
-etc. (veja as marcas no próprio texto).
A coerência está ligada ao conhecimento que o leitor tem acerca daquilo sobre o que lê. Então a situação comunicativa, a intencionalidade e as pistas que o autor vai deixando no decorrer do texto são elementos que ajudam a construir seu significado.
Observa-se que a trama do conto Festança na Floresta acontece, vai evoluindo de forma lógica (início – conflito – desfecho) garantindo a coerência do mesmo.
Revisamos os elementos linguísticos da coesão responsáveis pela textualidade: gramaticais, lexicais, pontuação, repetições, elipses...
Todos disseram ter gostado desta atividade e do desafio que é ler um texto desta forma com os alunos, mas que é importante e possível construírem essa competência.

Sugeri que lessem o fantástico material do PROFA/MEC 2000 – módulo azul, para enriquecerem ainda sobre este estudo.




INTRODUÇÃO: TP 6 “LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA II”



Realizamos um estudo coletivo do texto “Argumentação e linguagem”, página 13 do TP 6, da autora Maria Luiza Monteiro Sales Coroa – Unidade 21.
O debate, de forma bastante participativa, girou em torno da seguinte fala da autora “...todos os seres humanos são, ao mesmo tempo, origem e produto da linguagem, origem e produto da história que nos leva a construir formas de comunicação e de atuação específicas.”
Para subsidiar a discussão prévia sobre o que é argumentar, foi exibido os vídeos “filtro solar” e clip da música “Epitáfio” dos Titãs (Youtube), quando todos fizeram colocações pertinentes sobre o assunto.
Em seguida, através de slide em powerpoint, estudamos a Seção 1 “A construção da argumentação”, cujo objetivo: identificar marcas de argumentatividade na organização dos textos foi alcançado. Refletimos sobre o uso da língua e linguagem para atuação e ação do homem sobre o mundo e as coisas e a produção de resultados a partir dessas ações linguísticas.
Discutimos a diferença entre argumento e tese. Através da atividade 4 da página 20 – texto abaixo. Analisamos a busca do texto em convencer o leitor acerca de uma idéia principal. Os cuidados com alimentação contribuem para que o processo de envelhecimento transcorra sem sustos. A essa idéia chamamos tese do texto argumentativo.




Observamos que as maneira de organizar os argumentos para comprovar a tese são diferentes; realizamos então, coletivamente a atividade 5 - Texto: Em busca da longevidade de Dr. Ernesto Silva. Identificamos a tese, os argumentos usados para comprovar a validade dessa tese. Além disso, compararmos os textos das duas atividades 4 e 5 analisando a organização dos argumentos de cada um.

Em grupos, os cursistas realizaram o “Avançando na prática” da página 23. Definiram uma tese a ser defendida e argumentos que comprovassem a tese escolhida pelo grupo.
Perceberam na prática, após o estudo teórico, que dependendo da situação comunicativa, do objetivo do ato de linguagem, as formas de organizar a tese e os argumentos podem variar.
Após as apresentações dos trabalhos, reafirmamos que quando temos consciência de que nosso objetivo maior ao produzir um texto é fazer o leitor/ouvinte crer em alguma de nossas ideias, classificamos esse texto como argumentativo. Nesse texto, a idéia principal para a qual buscamos a adesão do leitor/ouvinte, o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte, constitui a tese. Cada motivo ou razão que damos para comprovar a tese é chamado de argumento.




Para finalizar o dia de estudos assistimos aos vídeos: A persuasão – Youtube e Ler devia ser proibido – WMP. Os professores discutiram a qualidade das argumentações observadas como: coerentes, fortes, inteligentes, etc. fortalecendo o conceito de que argumentar também é firmar uma posição diante de um problema.



TRABALHO PESSOAL


Solicitamos o fechamento dos projetos e a conclusão das oficinas em sala de aula, atrasadas devido aos problemas já citados anteriormente.
FORMADORA ELAINE BEATRIZ - AÇAILÂNDIA - MARANHÃO